terça-feira, 11 de outubro de 2011

MÓDULO B1: REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

 REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
A Madeira, oficialmente designada por Região Autónoma da Madeira, é um arquipélago português dotado de autonomia política e administrativa através do Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma da Madeira, previsto na Constituição da República Portuguesa. A Madeira faz parte integral da União Europeia com o estatuto de região ultraperiférica do território da União, conforme estabelecido no artigo 299º-2 do Tratado da União Europeia.
Desde 1976 a Madeira é uma Região Autónoma da República Portuguesa. Possui órgãos de governo como a Assembleia Legislativa da Madeira e o Governo Regional. O Estado Português é representado na região pelo Representante da República para a Região Autónoma da Madeira, cargo ocupado por Antero Alves Monteiro Diniz. O Dia da Madeira e uma festa para celebração deste.
A Assembleia Legislativa é um parlamento unicameral composto actualmente por 47 deputados. Os deputados são eleitos para um mandato de quatro anos em listas apresentadas pelos partidos num círculo eleitoral único (ao contrário do que se passava até às eleições de 2004, em que os círculos eleitorais correspondiam aos municípios e o número de deputados era 68).
Aspetos geográficos
Nome de ilha e arquipélago de Portugal. Situa-se no Atlântico oriental e oferece algumas das mais belas paisagens do país. Como sucede com os Açores, o arquipélago constitui uma região autónoma, administrada por um governo regional com sede no Funchal.
O concelho do Funchal tem uma área de 73,1 km2 e compreende 10 freguesias: Imaculado Coração de Maria, Monte, Santo António, São Gonçalo, Santa Luzia, São Martinho, Santa Maria Maior, São Pedro, São Roque, Sé.
O arquipélago é formado pelas ilhas da Madeira e do Porto Santo, e pelos ilhéus Selvagens (Grande, Pitão Grande e Pitão Pequeno) e Desertas (Grande, Bugio e Chão), compreendendo os concelhos de Calheta, Câmara de Lobos, Funchal, Machico, Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo, Ribeira Brava, Santana, Santa Cruz e São Vicente.
As ilhas são de natureza vulcânica. Os pontos mais altos desta região autónoma são, na Ilha da Madeira, o Pico Ruivo de Santana (1861 m), e em Porto Santo, o Pico do Facho (517 m). Devido à sua origem vulcânica, toda a morfologia das ilhas é acidentada. A Ilha da Madeira, designadamente, é caracterizada pelas suas arribas altas, por vezes de centenas de metros. As praias de areia são inexistentes e as estreitas faixas litorais são constituídas por materiais grosseiros, de cor escura.
A taxa de crescimento da população é muito elevada, e como a estrutura socioeconómica do arquipélago não permite aproveitar a mão de obra nativa, as migrações para o estrangeiro e também para o continente sucedem-se. De forma idêntica, a população rural, procurando melhores condições económicas e sociais, abandona os campos e parte para o Funchal, único aglomerado caracteristicamente urbano. O povoamento, aliás, é predominantemente disperso, acompanhando a divisão da propriedade e a preponderância da pequena exploração familiar.
O natural ou habitante da Região Autónoma da Madeira denomina-se madeirense.

História e Monumentos

O arquipélago já era conhecido no século XIV, mas só entre 1418 e 1420 foi redescoberto por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, tendo o seu povoamento começado em 1425, já que as ilhas se encontravam desertas.

Tradições, Lendas e Curiosidades
Um dos costumes antigos das gentes da Madeira é a matança do porco que servirá para comer no Natal e salgar para o resto do ano. A matança do animal é levada a cabo por um grupo de homens com barrete de vilão, seguindo um ritual tradicional. O dia da matança é um dia de festa em que todos comem, bebem, tocam e cantam ao desafio.
Associado ao turismo aparece o tradicional carro de cesto ou carrinho do monte, conduzido por dois homens, vestidos de fato branco, chapéu de palha e bota chã. Estes controlam através de cordas a descida do carro. Outro meio de transporte típico é o carro de bois que desliza como um trenó, guiado por um boieiro. Da tradição faz também parte a lapinha, uma espécie de presépio em honra do Menino Jesus, cuja visita é usual na época natalícia. Os visitantes cantam modinhas e no fim são recompensados segundo a tradição com licor de tangerina, biscoitos e bolo de mel. No entanto, a rochinha tem vindo a substituí-la, reproduzindo aspetos da vida da ilha. Montam-se nas encostas onde se colocam pastores com os seus rebanhos e outras figuras típicas como o leiteiro, grupos a dançar o bailinho, procissões e outros elementos característicos. Numa furna, coloca-se o Menino Jesus, a Nossa Senhora, o São José, os animais do presépio e os Reis Magos. Estes elementos encontram-se iluminados por uma lamparina de azeite.
A passagem de ano é conhecida pelos espetáculos de fogo de artifício, atraindo muitos visitantes.
Uma curiosidade reside no nome que os madeirenses dão às batatas, designando este tubérculo como semelhas.
Nos mercados vendem-se frutos variados, desde as conhecidas bananas da Madeira aos abacates, anonas e mangas, entre muitos outros frutos. As flores encontram-se também presentes com grande diversidade, incluindo espécies endémicas e outras que foram introduzidas.
Um dos trajes típicos da Madeira, usado em tempos pelos trabalhadores rurais, consistia em homens vestidos de calças de linho brancas, franzidas no joelho, bota chã, deixando parte da perna a descoberto, camisa de estopa, jaqueta ou colete de lã sem mangas e na cabeça uma carapuça com uma ponta esguia espetada. O traje feminino é composto por saias rodadas e franjas na cintura, feitas em tecido de lã listrada, onde predomina o vermelho. Calçam uma bota chã, de barra vermelha em volta do cano. Os homens usavam as mesmas botas, podendo também vestir indumentária branca de linho, com lenço garrido ao pescoço e carapuça idêntica à feminina.
A casa típica da Madeira tem forma triangular, com portas e janelas coloridas e cobertas de colmo.
O artesanato da Madeira inclui a produção do brinquinho, artefacto que tem como função marcar o compasso no bailinho regional, sendo constituído por bonecos trajados segundo os costumes da ilha. Engloba também trabalhos em vime, nomeadamente móveis e cestos, bordados da Madeira, uma das suas produções mais características, sendo feitos pelas bordadeiras em suas casas, com base no linho, algodão, seda natural, organdi e fibras sintéticas, produzindo-se desde toalhas de mesa a lenços de mão. Grande parte desta produção é para exportação. Outros produtos tradicionais são as botas de vilão ou bota chã, carros de bois, arados e lagares de madeira.

Economia
Apesar do relevo irregular, parte do solo encontra-se cultivado à custa de um enorme esforço humano. A área cultivada representa cerca de 30% da superfície da ilha principal, o que foi conseguido através da construção de socalcos e de canais de irrigação. A restante superfície é coberta por floresta (40%) e por terrenos incultos (30%). Da produção agrícola merecem especial destaque, pelo seu peso na economia madeirense, a cultura da cana-de-açúcar e as produções de banana, cereais e vinho, este último com projeção mundial.
A criação de gado é significativa na economia das pequenas explorações familiares. A pesca, praticada em diversos pontos do litoral, tem no Funchal um dos mais importantes portos. O mesmo porto é também um importante elemento de ligação ao exterior, nomeadamente no que respeita ao trânsito de passageiros, como o são ainda os aeroportos de Santa Catarina e do Porto Santo.
Como ponto turístico, a Ilha da Madeira proporciona a quem a visita cenários de variadíssima beleza. Para isso contribuem as suas montanhas abruptas, os vales verdejantes e floridos, o panorama do mar e das escarpas do litoral, as praias de areia branca de Porto Santo, fazendo desta atividade um dos pilares da economia das ilhas.

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